O Bañuelo ou Banho do Nogal (Hammam al-Yawza), também foi conhecido como Banho de Palácios, Banhos dos Axares e Banho da Porta de Guadix, é o hammam ou banho árabe mais antigo de Andaluzia e é um dos banhos mais grandes e melhor conservados da Península Ibérica. No final do século XIX, começou a ser chamado de Bañuelo por ser menor que os banhos árabes da Alhambra.
Em 1918 foi declarado Monumento Nacional e faz parte dos monumentos andaluzes abertos ao público na cidade de Granada. Está declarado como Bem de Interesse Cultural.
Os banhos árabes têm a sua origem nas antigas termas romanas, mas ao contrário destas, não utilizavam banhos de imersão, mas sim bacias onde a água era vertida através de irrigação. Além disso, o seu tamanho costumava ser mais reduzido. Para conservar o calor, contavam com muros grossos e claraboias nas abóbadas, o que permitia uma adequada ventilação e regulação térmica no interior.
O Bañuelo foi o banho ou hammam do bairro de Ajsaris (ou bairro dos Axares) e um dos vinte e um banhos árabes que existiram em Granada, sem contar com os luxuosos banhos do Palácio de Comares da Alhambra. Foram construídos, no século XI, pelo visir judeu Ibn Nagrela durante o reinado do rei taifas Badis.
No século XI, começou a povoar-se a zona oriental da medina de Granada, junto ao rio Darro, dando origem ao bairro de Ajsaris. Este bairro foi fechado por uma muralha que partia da Porta dos Tabuleiros (Bab al-Difaf), contornava o rio e subia até à Porta dos Padrões (Bab al-Bunud).
O Bañuelo fazia parte da Mesquita do Nogal. Foi construído dentro da al-Qasaba al-Qadima ou Alcáçova Velha, perto da Porta dos Padrões, junto a outros edifícios Ziridas no bairro de Ajsaris, daí que também fosse conhecido como Banhos dos Axares.
Os hammams ou banhos públicos eram instituições essenciais para a comunidade muçulmana, não só pela importância que os hispano-muçulmanos davam à higiene, mas porque eram um lugar de reunião e encontro em cada bairro.
Após a conquista cristã, os banhos continuaram a ser utilizados até que Filipe II proibiu aos mouriscos a utilização dos banhos como lugares de concentração e encontro. O principal motivo foi porque eram pontos potenciais de conspiração, mas também, porque os banhos representavam a supervivência da cultura muçulmana.
Nos séculos seguintes, o Bañuelo passou a ser o lavadouro do Bairro de Axares, pelo que continuou a ser um ponto de encontro para os vizinhos do bairro.
Não se sabe como passou para mãos privadas, mas sabe-se que estava praticamente em ruínas a meio do século XIX. Graças a Gonzalo Enríquez de Luna, que era proprietário do edifício nessa época, o Bañuelo conseguiu salvar-se da demolição. Em 1912, Enríquez de Luna solicitou permissão para desentulhar o edifício e foi nestes trabalhos que se descobriu a importância histórica do Bañuelo.
Em 1927, Leopoldo Torres Balbás adquiriu o Bañuelo por 16.541 pesetas provenientes da venda de bilhetes da Alhambra e iniciou as tarefas de restauração que terminaram em 1928. Desde essa data, o Bañuelo tem estado aberto ao público.
O Bañuelo situa-se na Carrera do Darro número 31 de Granada, em frente à ponte do Cadí e ao rio Darro.
O Bañuelo tem uma distribuição semelhante à das termas romanas. Está dividido em quatro salas: al-bayt al-maslaj, ou vestíbulo; al-bayt al-barid, ou sala fria; al-bayt al-wastani, ou sala tépida; e al-bayt al-sajun, ou sala quente, que correspondem respetivamente ao apodyterium, frigidarium, tepidarium e caldarium de uma terma romana.
Todas as salas estão cobertas com abóbada de meio canhão e claraboias octogonais e em forma de estrela. Estas claraboias permitiam tanto a entrada de luz como ventilar os espaços.
A sala tépida é a sala principal ou central e é a mais ampla e decorada do conjunto. Ainda se conserva parte do revestimento original. Nesta sala, podemos encontrar dez colunas, todas procedentes de construções anteriores. Podem-se ver capitéis de diferentes épocas, desde romanos e visigodos até califais e ziridas.
Além destas quatro salas, desde a sala quente podemos aceder à sala da caldeira, onde se conservam restos do forno, chaminés e outros elementos de aquecimento.
O horário de visita é:
É possível aceder comprando a entrada de “Monumentos Andaluzienses”. Esta entrada inclui tanto o Bañuelo como outros monumentos andaluzienses de Granada: Corral del Carbón, Palácio de Dar al-Horra, Maristán e a Casa mourisca (C/ Horno de Oro).
Também é possível visitar o Bañuelo com a entrada “La Dobla de Oro”. Esta entrada inclui: o Bañuelo, Corral del Carbón, Palácio de Dar al-Horra, Maristán, as Casas mouriscas (Horno de Oro, Casa do Chapiz e Casa de Zafra), Qubba do Quarto Real de Santo Domingo e a entrada “Alhambra General”.
Recomenda-se consultar os sites dos diferentes monumentos.
A entrada de “La Dobla de Oro” é adquirida com o horário de entrada aos Palácios Nasridas. Lembre-se que este horário é estrito e não admite atrasos. As entradas para a Alhambra são nominativas e deverá apresentar o documento de identidade ou passaporte com o qual adquiriu as entradas.
A forma mais simples de chegar ao Bañuelo é a pé. Da Plaza Nueva chega-se em cerca de 5 minutos pela Carrera do Darro.
Ao situar-se o Bañuelo na Carrera do Darro, que é um itinerário monumental e paisagístico, não está permitida a entrada de carros. Apenas se permite o acesso a proprietários de garagens e para hotéis.
Existem várias linhas de autocarro disponíveis para chegar ao Bañuelo.
Se estiver na Plaza Nueva, pode tomar as linhas C31, C34 e sair na paragem seguinte (paragem Carrera do Darro 33 – Bañuelo). Estas linhas também podem ser tomadas no Albaycín ou Sacromonte.
Se estiver na Alhambra, pode tomar a linha C32, em qualquer das suas paragens no monumento. A paragem é Carrera do Darro 33 – Bañuelo.
Também pode ir de táxi até ao Bañuelo.
Na Plaza Nueva tem muitas opções, como La Gran Taberna, onde pode degustar tapas de estilo granadino, tostas, raciones, queijos e enchidos.
Na própria Plaza Nueva encontrará La Cueva, com tapas tradicionais andaluzas, servidas sobre papel pardo, mas também pode degustar pratos cozinhados e raciones. Outro lugar com tradição em Granada é o Bar Los Manueles, localizado na rua Monjas del Carmen, com um pequeno terraço e onde pode degustar a gastronomia granadina.
Ao lado dos Manueles, encontrará La Auténtica Carmela, restaurante de cozinha espanhola com um toque moderno.
E em direção à Gran Vía por Reyes Católicos, numa das suas vielas, encontra-se As Bodegas Castañeda, aberto desde 1927 onde poderá provar vinhos de barril, vermute e tapas e raciones granadinas.
Mas nesta zona, Granada está cheia de opções diferentes para escolher.
O Bañuelo encontra-se na plena Carrera do Darro, na parte baixa do Albayzín. Se continuar por esta rua em direção à Cuesta del Chapiz, desfrutará de vistas espetaculares da Alhambra.
De lá, pode aventurar-se no Albayzín para perder-se pelas suas ruas, descobrir as suas praças, igrejas e miradouros, ou tomar a Cuesta de los Chinos, que em cerca de 30 minutos o levará à Alhambra.
Se, em vez disso, dirigir-se para a Plaza Nueva, encontrará a Cuesta de Gómerez, outra rota que atravessa o bosque da Alhambra e conduz ao monumento numa caminhada de 45 minutos a partir do Bañuelo.
Da Plaza Nueva, caminhando cerca de 5 minutos até à Calle Reyes Católicos, chegará ao Corral del Carbón, a única alfândega nasrida que se conserva íntegra na península ibérica.
Se dirigir-se para a Gran Vía, encontrará a Catedral, uma joia do Renascimento, e a Capela Real, onde repousam os Reis Católicos.
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